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O dinheiro existe e é para ser aproveitado. O sector da vinha e do vinho não tem candidatado muitos projectos. Os agentes, no entanto, queixam-se das burocracias associadas.

Os projectos não estarão a ser em número elevado, mas a banca diz estar disponível para ajudar a financiar projectos neste sector vitivinícola.

Pedro Cunha, administrador do Banco Popular Portugal, insiste, no entanto, para que o sector olhe para o Portugal 2020. "É uma vaga a não perder. Há uma montanha de dinheiro a aceder e vai haver esta janela, que depois se perde".

Também a banca diz ter disponibilidade para financiar projectos de internacionalização, captura de mercados externos e modernização fabril, o que aliás pode passar por aquisições. "Estamos a olhar para o sector", assegura o responsável do Banco Popular Portugal, dizendo que tem neste sector uma quota superior à fatia de mercado empresarial que detém a nível nacional. Pedro Cunha acredita que este sector é um sector capitalizado e com autonomia financeira. Além de ter nos últimos anos reduzido a sua dívida, com aumento da rentabilidade.

O próprio sector acredita estar em boa forma. Mas pede que não haja entraves burocráticos nos licenciamentos e nas candidaturas aos programas comunitários existentes. É uma queixa que não apanha unicamente este sector, mas que se estende a ele.

"Não peço nada ao Estado, mas se os estados concordaram que havia uns euros que vinham para cá e há projectos, precisamos que não compliquem", sustenta Francisco Bento dos Santos.

A queixa não é apenas deste empresário. Os agentes, em particular os mais pequenos, assumem perder muito tempo com as candidaturas. "E o tempo que se perde não é mensurável em euros", acrescenta Bento dos Santos, no que é ajudado por Mário Sérgio Nuno: "Nós temos de tratar de tudo", questionando-se como conseguem fazer os muito pequenos agricultores com todo o processo a passar pela internet. Ainda assim vai dizendo que no seu caso não tem tido problemas. Alguns pequenos atrasos, admite.

Numa outra componente, Jorge Monteiro, da ViniPortugal, acredita que as taxas que o sector paga tanto para o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), como para as agências de promoção, quer para a OCM (Organização Comum de Mercado) são bem empregadas. "É um preço que se paga para ter uma liberdade para definir políticas, e definir o caminho que se quer seguir". O sector, acrescenta, "sabe o que quer e sabe onde quer ir". "De um modo geral, o sector sente que são bem usadas" [essas taxas], admite Jorge Monteiro.

Fonte: Jornal de Negócios