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O ministro da Agricultura disse que o país atingiu os 24% de execução dos fundos do Programa de Desenvolvimento Rural, tendo recuperado o atraso existente.

O ministro da Agricultura disse esta sexta-feira na Golegã que o país atingiu os 24% de execução dos fundos do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), tendo recuperado o atraso e sendo o 5.º dos 28 Estados-membros com melhor execução.

Capoulas Santos falava durante a cerimónia que esta sexta-feira assinalou os 30 anos da Agrotejo — União Agrícola do Norte do Vale do Tejo, entidade que agraciou com a “medalha de honra” do ministério, num dia que dedicou à Feira Nacional do Cavalo/Feira de São Martinho, que decorre até domingo na Golegã.

Referindo o aumento de 100 milhões de euros de despesa pública orçamentada para 2017 (662 milhões de euros) em relação à despendida este ano, o ministro afirmou que o Governo tem feito um esforço para colocar o PDR, principal instrumento de fundos para a agricultura, “em velocidade cruzeiro”, recuperando o atraso que disse ter encontrado quando entrou em funções há um ano.

Capoulas Santos afirmou que nos primeiros dez meses do ano a execução financeira anual atingiu os 77% (434 milhões de euros), sendo atualmente Portugal o 5.º país dos 28 Estados-membros com melhor execução.

Repetindo que quando tomou posse, em novembro de 2015, havia “zero projetos de investimento contratados no âmbito do PDR 2020”, o ministro afirmou que até ao momento foram analisadas mais de 20.000 candidaturas, estando 7.200 projetos de investimento na agricultura e na agroindústria “já a pagamento”, num montante global de 750 milhões de euros (450 milhões de despesa pública).

O responsável pela pasta da agricultura disse esperar ter a situação dos cerca de 30.000 projetos que foram entrando nos sucessivos avisos de abertura “completamente normalizada até ao final do primeiro trimestre” de 2017.

Capoulas Santos afirmou ainda que estão neste momento em negociação 150 processos de internacionalização com três dezenas de países, referindo a abertura recente dos mercados da Costa Rica e da Colômbia e a negociação “muito avançada” com os Estados Unidos da América e com a China.

Sobre o projeto de emparcelamento da Golegã, Azinhaga e Riachos, promovido pela Agrotejo, o ministro afirmou que, sendo o único candidato ao concurso que foi aberto, só depende dos promotores conseguir os 5 milhões de euros disponíveis para avançar com a obra em 2017.

"Já se avançou imenso e em relação a pagamentos só no mês de outubro pagaram-se cerca de 520 milhões de euros aos agricultores”, antecipando o pagamento das ajudas na ordem dos 70%, no que foi “provavelmente o maior pagamento de sempre”, disse.

Capoulas Santos afirmou que a distinção da Agrotejo com a medalha de honra do Ministério da Agricultura vem reconhecer a capacidade de liderança e de vontade dos agricultores se organizarem, tornando-se competitivos, num “percurso notável” que “corresponde ao da nossa integração europeia”.

A sessão terminou com a entronização do ministro como “romeiro honorário” de S. Martinho – confraria criada há 16 anos para defender as tradições equestres portuguesas -, durante a bênção dos romeiros realizada em frente à igreja matriz da Golegã, tendo Capoulas Santos recebido a capa vermelha cortada ao meio que é colocada sobre o ombro esquerdo.

Sublinhando que a lenda de S. Martinho se baseia “num gesto de solidariedade por aqueles que mais precisam”, o ministro disse à Lusa que esses são valores que o “norteiam, também enquanto socialista”, e que são “mais necessários do que nunca no mundo conturbado em que vivemos”.

Capoulas Santos cruzou-se à saída do edifício com a sua antecessora, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, que compareceu, montada a cavalo e na companhia do anterior presidente da Câmara da Golegã, Veiga Maltez, já no final de uma cerimónia que contou com a presença de outros antigos ministros da Agricultura, como Gomes da Silva e Arlindo Cunha.

Fonte: O Observador