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- terça, 17 maio 2016
Conheça os números sobre a execução dos fundos comunitários, divulgados pelo ministro da Economia, Caldeira Cabral, durante o mais recente almoço-debate do International Club of Portugal (ICPT).
O nível de execução dos fundos comunitários deverá estar próximo dos 200 milhões de euros depois de, nos primeiros 100 dias de governação, o Executivo de António Costa ter fechado com 116 milhões de euros de execução.
Cerca de 200 milhões de euros de execução de fundos comunitários conseguidos até ao momento significam muito mais investimento, frisou o ministro Caldeira Cabral no evento do ICPT.
Salientou que, no último concurso a envolver fundos comunitários, as intenções de investimento foram as mais elevadas de sempre. O governante aproveitou o momento para fazer um pouco de história daquilo que o Governo fez nestes primeiros meses de forma a relançar o investimento suportado por fundos comunitários. Uma das medidas relevadas pelo ministro para, de forma rápida, fazer chegar os fundos à economia real foi colocar entidades intermédias, como o IAPMEI, como entidades pagadoras.
Diz Caldeira Cabral que se trata de “medidas do lado da oferta, paralelas ao aumento da procura interna”. O tema inovação voltou a ser abordado neste evento. Refere o ministro que é neste ponto que “vai estar a competitividade da economia portuguesa”.
Frisou que não serão medidas imediatas, mas são importantes, e voltou a criticar o modelo com salários baixos, tendo (o referido modelo) sido tentado com o ajustamento mas, frisou: “Foi sempre um mau modelo”. E porque hoje a UE é um espaço aberto a produtos da Ásia, do leste europeu, da Turquia ou do Médio Oriente, há que ser competitivo com esses produtores.
A “estratégia “passa por agregar mais valor e isso faz-se por melhorias na produção garantindo um produto de qualidade”. Dentro desta área de inovação Caldeira Cabral salientou o programa Startup Portugal e frisou que não deve o Governo criar condições para todos tenham sucesso.
“Muitos irão falhar mas isso não quer dizer que as pessoas não arranquem para outros projetos de forma melhorada, podendo mais tarde chegar aos mercados internacionais. A Startup Portugal tenta fazer com que mais serviços cheguem às empresas, salientando que “ao colocar as incubadoras a trabalhar em rede, todas trabalham”. Entretanto, o Governo lançou esta semana uma linha de 460 milhões de euros para “business angels” e anunciou uma nova estratégia para obter um maior nível de sucesso.
“O que queremos é que sejam os investidores a escolher os investimentos. Vão escolher os melhores projetos com mais potencial. Vamos abrir estes fundos de capital a investidores estrangeiros para trazerem contactos e mais dinheiro”. Sublinhou que “a competitividade do país vai depender destas empresas, (na expetativa) de que alguma se tornará grande”.
No ICPT, Caldeira Cabral realçou ainda o programa Capacitar e o envolvimento com os centros tecnológicos, afirmando que o Governo quer retomar os apoios a estes centros, os quais ajudam a levar a inovação às empresas. Deu o exemplo no trabalho na área do calçado, onde Portugal passou de 12.º lugar para 2.º lugar em termos de produto mais caro e continua a ganhar nas exportações, isto porque houve melhoria no design, na formação e na matéria-prima. E esta estratégia pode ser replicada nas indústrias dos moldes, têxteis ou da área metálica.
No período das questões dentro do debate do ICPT, o ministro Caldeira Cabral frisou que a digitalização da economia “é estratégia central deste Governo”, pois é uma área que “traz grandes oportunidades”, concluiu.
Por Vítor Norinha/OJE