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- segunda, 22 fevereiro 2016
O Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho (UMinho) vai dar “emprego científico” a cerca de 20 investigadores com os cerca de 3,5 milhões de euros assegurados pelo Programa Norte 2020, disse o presidente da instituição.
Em declarações, Eugénio Ferreira, que dirige do Centro de Engenharia Biológica (CEB) desde o início de 2016, explicou que o objectivo do referido financiamento é “dar a hipótese” de assegurar investigadores sem recorrer às “tradicionais bolsas” para trabalharem nos projectos que já decorrem no centro mas também abrir novas linhas de investigação.
O projecto agraciado pelos fundos europeus, aos quais só foi possível concorrer porque o CEB tem a classificação de ‘Excelente’ envolve os três eixos nos quais as investigações daquele centro de desenvolvem: sector alimentar e industrial, sector ambiental e sector da saúde e biomedicina. “Esta tipologia de projectos, chamados projectos estruturantes, permite aos centros fazer uma melhor estruturação da sua investigação. A chamada destinava-se, essencialmente, à contratação de recursos humanos”, apontou Eugénio Ferreira.
“Mas aqui há que distinguir entre contrato e as tradicionais bolsas. Falamos de contrato, emprego científico. É certo que será a termo mas são contratos e não bolsas, como infelizmente tem sido a regra”, salientou o responsável. Assim, disse, o CEB terá a possibilidade de “contratar cerca de 20 investigadores, de várias categorias” pelo que, referiu, “uma parte [do financia mento] será para contratar investigadores que a instituição tem vindo a formar, outra parte para contratar novos investigadores”. Os novos contratados vão uns continuar o trabalho que o CEB já está a fazer, outros enveredar por novos projectos: “vão ser empregues em projectos que já temos em curso, sem com isto dizer que não podem ser iniciadas novas linhas de investigação. Aliás, iremos aplicar parte da rubrica de aquisição de bens e serviços para dar sementes a novas linhas de investigação”, referiu.
Eugénio Ferreira salientou ainda alguns do projetos e investigações nas quais o CEB está envolvido, nos “três eixos” em que assenta. “No sector alimentar e industrial, por exemplo, o desenvolvimento de revestimentos para frutos ou queijo, aquela película que os protege quando estão em exposição e pode ser ingerida sem, no entanto, alterar as características dos alimentos”, disse.
No sector ambiental, o responsável pelo CEB apontou um projeto relacionado com a produção de energia: “temos um projeto que gera muita curiosidade, a valorização de urina para a produção de electricidade”, disse. Na saúde e biomedicina, Eugénio Ferreira referiu, a título de exemplo da investigação preconizada pelo CEB “o desenvolvimento de pensos rápidos para feridas crónicas, que detetam quando há indícios de infecção” ou a “utilização de nanopartículas no tratamento do cancro”. Ou seja, chamou a atenção, “o trabalho que o CEB desenvolve aplica-se a várias áreas do dia-a-dia”.
Fonte: Correio do Minho