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Ser PME Líder ou Excelência pode fazer a diferença para que as empresas possam aceder mais facilmente a crédito e a concorrer a fundos comunitários?

Quando falamos de estatutos que são atribuídos pelo IAPMEI às melhores PME, como forma de fazer reconhecer publicamente a qualidade superior dos seus desempenhos económico-financeiros e dos seus perfis de risco, estamos a falar da criação de mecanismos de reputação, que necessariamente ajudam a credibilizar as empresas no mercado e a valorizar o seu posicionamento junto de financiadores.

Este foi, aliás, o principal propósito da criação destes instrumentos: facilitar o acesso a financiamento, valorizando estratégias de crescimento e internacionalização de um segmento de empresas que tem contributos relevantes para a dinâmica económica do país.

Alguns produtos financeiros conferem-lhes automaticamente condições preferenciais, como o caso das linhas de crédito PME Crescimento, garantidas pelo Estado. Noutros casos, as empresas serão avaliadas em função dos requisitos específicos, mas os níveis de solidez financeira trazem-lhes obviamente vantagens na negociação com instituições financeiras de melhores condições para créditos complementares. Recordo que a seleção dos projectos é feita pelo seu contributo para a competitividade da empresa e do país, sendo o histórico e solidez da empresa importantes para a tomada de boas decisões.

O Portugal 2020 dá demasiada importância à I&D e à internacionalização As PME de sucesso, mas voltadas para o mercado interno, estão condenadas? O novo quadro de financiamento até 2020 privilegia de facto a inovação - e não exclusivamente o I&D - o empreendedorismo e a aposta nas actividades transaccionáveis, que não exclusivamente exportação. Mas o destaque é claramente dado à capacitação para uma abordagem mais eficaz das empresas a mercados internacionais, como alavancas para um quadro de crescimento sustentado.

Há muitas PME e microempresas que têm a sua vocação essencialmente voltada para o mercado interno e que têm sabido inovar, interpretar as necessidades dos clientes e adaptar-se aos vários contextos, acrescentando valor à sua oferta e actuando numa lógica de proximidade que as diferencia e lhes traz capacidade competitiva nos mais variados sectores de actividade. Muitas estão motivadas para a redução de importações, quando é possível valorizar redes de fornecimento nacionais, outras apostam nos serviços de proximidade, mas todas têm uma importância enorme nas dinâmicas de desenvolvimento e de emprego locais. Para este segmento em particular, existem fora da lógica do Portugal 2020 vários instrumentos de financiamento de apoio à criação e modernização da actividade, que integram desde soluções de microcrédito, crédito com garantia, passando por incentivos a fundo perdido, no caso do comércio tradicional.

Fonte: Económico